Segundo a Prefeitura, os animais apresentaram sinais clínicos de diarreia aquosa profusa e desidratação.
As mortes de quatro macacos-prego no Parque Ecológico da Cidade da Criança mobilizaram as autoridades de saúde em Presidente Prudente com o objetivo de diagnosticar o que efetivamente vitimou os animais.
Na última semana, seis macacos-prego ficaram doentes, sendo que quatro vieram a óbito e dois, depois de tratados, estão bem.
Segundo a Prefeitura, os macacos apresentaram sinais clínicos de diarreia aquosa profusa e desidratação.
Durante este período, a Cidade da Criança comunicou a Vigilância Epidemiológica, que prontamente auxiliou em todos os procedimentos instituídos pelo Ministério da Saúde.
Além da Vigilância Epidemiológica, a Cidade da Criança também se reuniu com membros da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), da Vigilância Sanitária, do Instituto Adolfo Lutz e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), cumprindo todo o protocolo exigido.
Segundo este protocolo, foi realizada a coleta de material dos animais enviados aos laboratórios competentes.
Macacos-prego vivem no Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Reprodução/TV Fronteira
“Estamos aguardando o resultado para o fechamento do diagnóstico definitivo. Os resultados saem dentro de aproximadamente 20 dias”, salientou a Prefeitura ao G1.
Ainda de acordo com o Poder Executivo, desde então, não houve nenhuma alteração comportamental nos animais que estão em observação constante da equipe técnica do Parque Ecológico da Cidade da Criança.
“Solicitamos que a população não ofereça alimentos aos animais de vida livre, que circulam por toda a área da Cidade da Criança”, salientou a Prefeitura.
“Lembramos que é aconselhável que toda visitação em área de mata, no território nacional, seja realizada com a carteira de vacinação do visitante em dia”, orientou o Poder Executivo.
Em nota ao G1, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo explicou que “estão em andamento as análises do Instituto Adolfo Lutz sobre a morte de macacos na cidade de Presidente Prudente”.
Ainda de acordo com a pasta estadual, “a Prefeitura será notificada tão logo o resultado se conclua”.
Macacos-prego vivem no Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Reprodução/TV Fronteira
Macaco-prego
O macaco-prego (Cebus nigritus) tem ocorrência, em terras brasileiras, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Seu habitat é a Mata Atlântica.
A espécie alimenta-se de frutos (60%), além de sementes, castanhas, flores, gomas, néctar, fungos, seiva, ovos, insetos, aracnídeos e pequenos vertebrados. Também consome algumas espécies de ostras e caranguejos nas regiões costeiras (manguezais).
A gestação dura, em média, entre cinco e seis meses. A cada reprodução é gerado apenas um filhote, que é carregado pelos pais ou outro indivíduo do grupo. O desmame ocorre aos oito meses.
Macacos-prego vivem no Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Reprodução/TV Fronteira
Este macaco, também conhecido como caí (em guarani), sahi-hu (em tupi) e mico, não costuma passar de quatro quilos de peso. É dotado de grande destreza manual, tanto que pode fazer uso de “ferramentas” para acessar o que deseja. Bate, por exemplo, castanhas e frutos duros em troncos ou rochas, e retira insetos de pequenos orifícios usando gravetos. Além disso, sabe se virar em pomares ou mesmo em monoculturas.
É talvez o primata mais inteligente das Américas. Eles formam grupos entre oito e 16 indivíduos e, mesmo quando se distanciam uns dos outros para se alimentar, mantêm contato vocal, utilizando-se de grande variação de manifestações sonoras.
Embora vez ou outra pare na posição bípede, é considerado um quadrúpede. Excelente escalador, chega também a saltar três metros de distância.
Macacos-prego vivem no Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Reprodução/TV Fronteira
Macacos-prego vivem no Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Reprodução/TV Fronteira
Curiosamente esta espécie apresenta dois tipos de padrões em regiões distintas. Os macacos-prego ao norte do rio Paraíba do Sul, por exemplo, apresentam tufos altos e em forma de “chifres” e uma pelagem próxima aos membros inferiores marrom-enegrecido. Os que vivem ao sul, ao contrário, têm tufos fundidos e voltados para frente e para o lado, com pêlos negros. Em comum, ambos apresentam cauda semi-preênsil de cor preta (com a faculdade de agarrar).
A maturidade sexual das fêmeas se dá aos quatro anos. A dos machos, aos sete.
Fonte: G1