Contos de Fada ou contos da Carochinha na Província

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CONTOS DE FADA OU CONTOS DA CAROCHINHA NA PROVÍNCIA 

“Não passa de um tempo tomado/Como simples anúncio/Das cabeças que pensam/Alcançar o poder/Poder é saber da criança/Da saúde do velho/Das mulheres famintas/Com tantos para criar” (Zé Ramalho)

Sérgio Barbosa (*)

Nos chamados contos de fada ou da carochinha, tudo e mais alguma coisa pode acontecer sem maiores indagações, afinal de contas, a fantasia é a marca registrada neste cenário mais do que infantil…

Entretanto, a fada ou a carochinha estão prsentes em nosso dia-a-dia com novas roupagens, isso mesmo, outro dia encontrei uma fada madrinha perdida nas ruas provincianas, com sua varinha de condão acenando para as pessoas em sua volta numa situação além da imaginação secular…

Ora bolas, daqui pra frente o que vai mais aparecer na província são as promessas de uma fada ou do mágico da cartola, aquele que tira os coelhos perdidos para umas palmas a mais em tempo de pós-globalização…

A bela se torna a bruxa do momento, isso mesmo, neste jardim sem flores tudo pode acontecer, até mesmo para os sete pilantras com suas vozes escondidas para um golpe atrás da moita, assustando os pobres anões inocentes em dias nublados pela posse da varinha de condão…

Ah! Os porquinhos estão numa fuga desenfreada, pois o tal do lobo bom está travestido de lobo mau, portanto, neste caso, o melhor é correr para a casa da vovó que fica logo ali, pelo jeito deve ser um “logo ali” de mineiro e tudo fica na mesmice de sempre para “porquinhos e vovozinha”…

O tal chapéu vermelho ficou com as cores da bandeira da derrota, o verde está laranja e o amarelo cor de rosa, uma mudança sem precedente para a infantilidade do presente em compasso aberto para um fechamento interior do mal contra o bem…

Os maus continuam teimando em prosseguir com seus objetivos neste jardim deserto, as flores se foram com medo do jardineiro malvado, assim mesmo, ficaram as raizes do outro tempo para exigir suas posses conquistadas com a fuga da mãe natureza…

A bruxa teima em ficar com a varinha mágica, sendo que a tal princesa não recebeu o beijo do principe, ficando sem condições de comandar os nove anões da caverna misteriosa…

O Rei, como sempre, está no seu trono distante, comandando seus soldados alados para mais uma conquista territorial, a expansão geográfica de mentira faz parte do reino imaginário, aqui, entre o real e a vontade de ser o amior de todos os homens divinos, tal como o “Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda”…

O principe se mandou com a sacola de ouro, disse o mesmo, que pegou tudo no final do arco-íris, tal qual a lenda do cavalo sem cabeça, não se pode mais confiar na família real sem medo de ser feliz…

A Província continua a mesma de sempre, neste momento, princesas e principes sonham com a mesma estória do “conto de fadas” ou quem sabe, com a “estória da carochinha” para um despertar acima de qualquer suspeita, porém, podem acordar com o beijo do sapo de plantão…

Ainda, quem viver vai ver…

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(*) Jornalista  diplomado e  professor universitário.