E o trabalhador…

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E O TRABALHADOR …

*CLAUDIVAL CLEMENTE.

**CLAUDIVAL MOURA CLEMENTE

Chicago, 1º de maio de 1886. Milhares de trabalhadores nas ruas protestando contra as condições desumanas , exigindo a redução do trabalho de 13 horas para 8 horas. A cidade está movimentada, as ruas cheias, os patrões indignados com o barulho e a repressão foi tremenda: prisões, pessoas feridas e até mesmo trabalhadores mortos nos confrontos entre os operários e a polícia. Em memória a estes trabalhadores, foi instituído o dia do trabalhador no mundo.

Aqui no Brasil a comemoração só iniciou a partir de 1917 por influência dos imigrantes europeus, que pararam o trabalho no dia 1º de maio para reivindicar direitos, mas a data só foi oficializada em 1924, tornado- se um feriado nacional e sempre voltado às comemorações aos trabalhadores.

Durante o período do governo Getúlio Vargas, a data era utilizada também para divulgar benefícios e mudanças nas leis trabalhistas. Tanto a instituição do salário mínimo como a criação da Justiça do Trabalho foram anunciadas em um primeiro de maio.

A CTL Consolidação das Leis do Trabalho – conjunto de regras para regular os direitos dos trabalhadores –  foi lançada em primeiro de maio de 1943, cujo decreto foi promulgado pelo Presidente Getúlio Vargas. Vargas foi considerado durante muito tempo um defensor dos trabalhadores, graças ao seu marcante populismo.

Lamentavelmente em 2020 as comemorações não poderão ser intensas, pois atualmente o país conta com 12,3 milhões de pessoas desempregadas. Além disso, a pandemia do covid19 assola o país, que nunca preparou a rede pública para atender vários doentes ao mesmo tempo, especialmente uma grave doença respiratória.

Além deste milhões de desempregados, existem também os informais, que segundo dados fornecidos pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)são considerados os empregados, incluindo os domésticos sem registro em carteira, os autônomos, os profissionais que trabalham por conta própria sem qualquer inscrição e os empresários, que de igual forma não têm inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas e atingem 38,4 milhões.

O governo federal até o presente momento não conseguiu implementar nenhuma medida suficiente para destravar a economia; só a reforma da Previdência – que foi adiante graças ao esforço dos Deputados e Senadores – não gerou nenhum efeito prático e nenhum investimento de grande porte foi realizado no Brasil.

A confiança para que os investidores possam fazer negócio com os brasileiros não foi devolvida; para se avançar em economia é preciso sinais consistentes de estabilidade e segurança jurídica. As confusões políticas dos últimos tempos, em particular a possibilidade de impedimento do Presidente da República trazem desconforto àqueles que querem investir.

O plano desenvolvido pela ala militar do governo federal lançado recentemente, não animou os investidores. Primeiro porque é um plano traçado pele equipe dos militares do Planalto, que tradicionalmente não tem expertise para assuntos econômicos. Em segundo lugar, porque este não é o momento para se pensar em infraestrutura, tem que se pensar em criar mecanismos que possam salvar as empresas e consequente manter os empregos dos que ainda se encontram empregados, bem com abrir oportunidades para os desempregados.

Além do mais, a ajuda econômica que o Governo Federal está dando aos desempregados, informais e cadastrados nos programas de benefícios já existentes, mais a compensação aos estados e municípios pelas perdas na arrecadação do ICMS em face ao fechamento do comércio, durante o isolamento social, irá consumir todo o orçamento financeiro da União.

Os trabalhadores precisam tanto de medidas de proteção ao Covid19 como também que sejam seus empregos sejam mantidos e as empresas têm que continuar funcionando. Não se trata de nenhuma fórmula mágica, é indispensável a união de todos neste sentido, deixando de lado discussão de assuntos sem nenhuma relevância, como, por exemplo, assuntos políticos, reeleição, popularidade, entre outros aspectos.

O momento é grave e crítico e somente com a soma de todos os esforços será possível que o trabalhador possa comemorar o dia que está reservado na história das comemorações. Recebam todos os trabalhadores, nossos mais sinceros cumprimentos e só venceremos esta fase com união e dinamismo. Não podemos nos esquecer, somos todos brasileiros.

Continuemos nosso combate ao inimigo mortal e invisível, evitando aglomerações, mantendo distância segura entre as pessoas, usando as máscaras e mantendo as mãos limpas com água e sabão ou álcool gel.

Juntos somos mais fortes, juntos venceremos. O Brasil irá vencer o vírus. O Brasil precisa de todos nós.

Envie dúvidas, comentários ou sugestões para bcrcconsultoria@gmail.com. Até a próxima.

*Formado em Direito pela Universidade Estadual de Direito do Norte Pioneiro em Jacarezinho e em Administração de Empresas nas Faculdades Integradas de Ourinhos. MBA em Comunicação Corporativa pela Universidade Estácio de Sá(em curso) . Sócio sênior da BCRC Consultoria em Comunicação.

** Revisão e colaboração  – Acadêmico de Administração de Empresas na UNICID.