Agente ficou mantido refém por aproximadamente 24 horas.
Um vídeo, gravado pelas câmeras internas da Casa de Custódia de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, mostra um agente de cadeia foi feito refém por três presos no Paraná. O caso aconteceu na semana passada e o homem foi libertado após ficar quase 24 horas na cela.
De acordo com o Depen (Departamento Penitenciário do Paraná), o homem ficou à mercê dos detentos desde às 14h da segunda-feira (4) até às 13h45 da terça (5).
O vídeo mostra que os presos tornaram o agente refém no momento da inspeção da cela. Outro agente no local disparou contra os detentos, mas não evitou a ação.
O Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná) alega que as imagens ratificam o que vem afirmando desde 2016: a falta de servidores inibe um trabalho seguro dentro das unidades prisionais no Paraná.
Além disso, o sindicato também declara que existe a necessidade de contratação imediata de 4.300 agentes e de mais 2.100 para trabalharem nas unidades previstas para serem inauguradas pelo governo no estado, conforme um dimensionamento feito pelo próprio Depen.
Sindicato alega falta de servidores
Segundo o Sindarspen, os agentes penitenciários e agentes de cadeia que trabalham nas 33 prisões do Depen não cumprem as determinações de segurança impostas pelo próprio Departamento Penitenciário.
“O Caderno de Segurança do Departamento determina que uma cela só seja aberta quando houver agentes em quantidade maior que de presos. Se fosse cumprida rigorosamente essa exigência (…), seriam cessadas as movimentações de presos em todas as unidades penais do Paraná. Não haveria mais banho de sol, atendimentos médico, social e jurídico, nem atividades de trabalho e estudo nos presídios paranaenses”, afirma o sindicato, em nota.
Por fim, vale ressaltar que a CCP (Casa de Custódia de Piraquara) abriga 1.600 presos, mas apenas 25 agentes de cadeia trabalham no local.
Leia a íntegra da nota do Sindarspen:
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná também recebeu o vídeo que está circulando nas redes sociais, do momento em que um agente de cadeia é feito refém na Casa de Custódia de Piraquara.
As imagens ratificam aquilo que o SINDARSPEN vem alertando: não há servidores em quantidade que permitam um trabalho seguro dentro das unidades penais do Paraná.
Há alguns anos, os trabalhadores penitenciários não conseguem atuar dentro dos protocolos de segurança exigidos pelo próprio DEPEN porque não há efetivo para isso. Para se ter uma ideia, o Caderno de Segurança do Departamento determina que uma cela só seja aberta quando houver agentes em quantidade maior que de presos. Levando em conta o baixíssimo número de servidores, se fosse cumprida rigorosamente essa exigência, seriam cessadas as movimentações de presos em todas as unidades penais do Paraná. Não haveria mais banho de sol, atendimentos médico, social e jurídico, nem atividades de trabalho e estudo nos presídios paranaenses.
Ou seja, os agentes penitenciários e agentes de cadeia que atuam hoje nas 33 unidades do DEPEN trabalham sem conseguir cumprir as determinações de segurança impostas pelo próprio Departamento.
Essa situação vem sendo alertada pelo SINDARSPEN desde 2016, quando o Governo do Estado cessou a convocação dos aprovados no último concurso para agente penitenciário, realizado em 2013, com vigência até julho de julho de 2017. Protestos, paralisações, passeatas, denúncias à imprensa, inúmeras reuniões, todo o possível vem sendo feito para que o Estado realize concurso público para a área. Assim como Beto Richa e Cida Borguetthi, Carlos Massa Junior disse que faria, mas estamos chegando ao final de 2019 e nada.
Para atender a demanda da segurança pública do estado, há a necessidade de contratação imediata de 4.300 agentes e de mais 2.100 para trabalharem nas unidades previstas para serem inauguradas pelo governo, conforme dimensionamento feito pelo próprio DEPEN.
Fonte: Redação Tem com Portal Paraná