Saindo do Isolamento…

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SAINDO DO  ISOLAMENTO…                                                                                                

 *CLAUDIVAL CLEMENTE.

**CLAUDIVAL MOURA CLEMENTE

O governo do Estado de São Paulo decidiu flexibilizar o distanciamento social, imposto desde março deste ano para combater o espalhamento do SARS-Cov2, vírus responsável pela doença Covid19. A intenção do distanciamento social é permitir que as pessoas permanecessem em casa, evitando circular pelas ruas, provocando aglomerações.

É consenso entre os especialistas que o distanciamento social é uma medida eficaz no combate ao vírus; porém, o assunto divide a opinião dos governantes e da população em geral, basicamente porque estas pessoas entendem que a paralisação radical de todas as atividades gera prejuízo à economia do país, incluindo queda na arrecadação dos tributos.

Em alguns lugares do mundo o distanciamento foi obrigatório e mais de 3 bilhões de pessoas ao redor do mundo foram submetidas, ao mesmo tempo, às medidas de restrição total de circulação, com paralisação total das atividades.

As pesquisas mais consistentes com relação ao distanciamento social, indicam que quanto menos pessoas circularem pelas ruas, mais devagar o vírus se propaga e quanto mais cedo a quarentena for imposta, menos pessoas doentes no final do pico da transmissão.

Sem distanciamento social, uma pessoa pode contaminar até 2,5 pessoas, em 30 dias pode contaminar até 406 pessoas. Com o distanciamento, a provável contaminação é reduzida para 1,25 pessoas, com risco de contágio em 15 pessoas. Estes valores indicam que o distanciamento social, a despeito de todas as críticas que possam ser feitas, compensa para salvar vidas e evitar o colapso na rede hospitalar.

Porém, o principal problema agora é como sair do distanciamento social. As autoridades estaduais estabeleceram um programa de flexibilização da quarentena, que se dará por fases, calculados com base nos índices de distanciamento social, redução do número de infectados e capacidade de leitos hospitalares.

De acordo com o governo do estado de São Paulo, em 15 de março, início da pandemia no país, São Paulo respondia por 68% dos casos de coronavírus no Brasil. Hoje, essa taxa caiu para 22%. Em relação ao número de óbitos, em 1º de abril, o estado tinha 68% dos óbitos por Covid-19 confirmados no país. Hoje são 26%. A queda foi atribuída ao sucesso das medidas de distanciamento social.

O grande problema neste plano elaborado pelo governo estadual é que algumas cidades do interior estão se sentido prejudicadas e também as cidades da grande São Paulo, porque os administradores municipais são pressionados pelos comerciantes e pela população,  sentindo o impacto econômico de falta de vendas e a autoridade mais próxima é sempre o prefeito municipal.

Os estudos científicos mostram que para flexibilização da quarentena, com preservação da economia, seria indispensável introduzir a testagem em massa da população,  rastreamento dos infectados e isolamento das pessoas doentes, evitando contato com outras pessoas.

A ideia de flexibilizar estrategicamente as cidades paulistas é uma inciativa interessante, mas certamente as decisões neste sentido sofrem muita influência política, especialmente porque as autoridades federais nunca se alinharam aos governadores e prefeitos que escolheram o distanciamento social. Foi necessário um pronunciamento do Supremo Tribunal Federal, interpretando a Constituição que prevê o compartilhamento de responsabilidades em assuntos de saúde entre a União, Estados, Municípios e o Distrito Federal.

O cabo de guerra criado pelo governo federal com os prefeitos e governadores dificultou a eficiência da quarentena imposta, porque a população ficou dividida entre uma palavra e outra e o que se viu, especialmente na cidade de São Paulo foi um rompimento da quarentena, com aberturas de pequenos comércios e a população voltando a frequentar os ambientes com aglomeração de pessoas.

A pergunta da população, diante da insistência do governo federal em reabrir o comércio “com uma canetada” (expressão utilizada para mostrar que poderia baixar um decreto ou uma lei), se realmente as medidas impostas pelos governadores e prefeitos, especialmente do Estado de São Paulo, eram realmente necessárias.

Mesmo com a flexibilização da economia, importante manter os hábitos de distância segura entre as pessoas, utilização de máscaras, com cuidado para não tocar as máscaras para evitar a contaminação e manter as mãos limpas com água e sabão ou álcool gel.

Juntos somos mais fortes, juntos venceremos. O Brasil irá vencer o vírus. O Brasil precisa de todos nós.

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*Formado em Direito pela Universidade Estadual de Direito do Norte Pioneiro em Jacarezinho e em Administração de Empresas nas Faculdades Integradas de Ourinhos. MBA em Comunicação Corporativa pela Universidade Estácio de Sá(em curso) . Sócio sênior da BCRC Consultoria em Comunicação.

** Revisão e colaboração  – Acadêmico de Administração de Empresas na UNICID.