Quando os números ganham nomes

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Quando os números ganham nomes

Ninguém falou que seria fácil combater a pandemia.  Aliás, houve e há sim muita dificuldade ante as antagônicas posições, muitas delas levadas a termo por interesses escusos, eleitoreiros, uma vergonha. Enfim, fácil é ser um destruidor, difícil e ser um construtor. Por isso que há o dito popular: falar é fácil; difícil é fazer. É fácil falar para não sair de casa, difícil é ficar em casa; é fácil mandar fazer o isolamento social, difícil é ficar sem manter contatos com as pessoas; é fácil falar para não ficar próximos dos nossos idosos, difícil é ficar sem fazer isso; é fácil mandar ficar sem trabalhar, difícil é ficar sem salário; enfim, tem razão o dito: falar é fácil, difícil é fazer. Na verdade, há muita demagogia em algumas atitudes da massa. Somando-se a isso, temos os hipócritas, pessoas que fazendo valer a essência da expressão, são tomadas e movidas somente por interesses e no afã de agradar, de demonstrar sentimentos vãos, passam a representar situações e comportamentos sociais “sadios”. Ora, veremos quanto isto irá custar no balanço da vida de muitas pessoas. Sadio não é a representação, mas sim a preocupação com tudo isso. Sadio não é dizer que te amo (ainda que seja importante esta verbalização), mas praticar no dia a dia as condutas de quem na verdade e no ostracismo denotam esse amor incondicional. É simples entender tudo isso. O Livro das Leis registra a história de duas mulheres mães. Duas mulheres prostitutas, duas crianças: uma viva e a outra morta. O Rei Salomão, valendo da sabedoria que Deus lhe concedeu resolveu a questão. Quem verdadeiramente amava o filho? Deste modo, o momento em que vivemos exige que deixemos de lado as dissimulações, as encenações e passemos verdadeiramente a respeitar na sua essência, a elementar do amor incondicional. A aparência de superioridade da verborragia, da encenação, deve dar lugar a supremacia da verdade. Pregar versículos da Bíblia é fácil, difícil é ter uma conduta lícita nos nossos comportamentos diários. As palavras devem ser anãs, mas os exemplos gigantes. A vida vai cobrar essa conta, o preço é caro. O importante nessa valia não é seguir os modelos de sucesso que muitas das vezes são impostos, aos quais até ficamos fascinados. Não. A essência está em nós mesmos. Basta que a encontremos. Por isso que fazer as coisas apenas com base nos modelos ditos como a “propaganda da família Doriana” não funciona. Reconheço que são tantos modelos que as vezes ficamos até encantados, mas é uma burrice. Encontremos em nós mesmos, nos nossos verdadeiros sentimentos, na nossa essência, o que realmente é honesto conosco e para convosco. Façamos independentemente da forma como será visto pelo próximo ou pelo distante de nós. Amar não é só ficção, com lindas cenas, cenários, atores, enredos. Amar é no dia a dia, é verdadeiro, é real, é natural, é espontâneo, é incondicional. Amar é maior que tudo. Amar não pode ser taxado, tabelado, representado, não custa. Acredito que enquanto estivermos tratando com os números de mortos é uma coisa, mas quando esses números se tornarem nomes, designações de pessoas conhecidas, nossos entes, aí sim eu quero ver o preço desta conta. Respeitem e preservem quem você ama. Não faça nessa contabilidade o seu saldo devedor, custará caro demais.

Dr. André Luís Luengo