OS INVISÍVEIS…
*CLAUDIVAL CLEMENTE.
**CLAUDIVAL MOURA CLEMENTE
Apesar de nunca ter se preparado para a crise decorrente do covid19, a quem o chefe do executivo classificou de “gripezinha” ou “resfriadinho”, oGoverno Federal, após iniciativa do Congresso Nacional ,lançou na semana passada , um aplicativo para realizar o cadastramento de pessoas que irão receber o auxílio emergencial, possibilitando sobreviverem neste período de isolamento social.
As pessoas com renda de até três salários mínimos poderão se cadastrar, desde que não estejam inscritos em outros programas assistenciais do Governo. Louvável o lançamento do programa; porém, mais uma vez, as autoridades monetárias retardaram o lançamento do cadastro e várias famílias passaram apuros financeiros durante o feriado da Páscoa. (celebraçãodos cristãos para comemorar a ressureição de Jesus Cristo e para os judeus é a memória da libertação dos hebreus da escravidão no Egito).
Estas pessoas foram chamadas pelo Governo Federal de “invisíveis”, são calculadas em mais de vinte e dois milhões e não existem informações a respeito do sexo, idade, profissão ou qualquer outro dado, pois simplesmente foram deixados à margem da sociedade.
Levados à uma situação de extrema dificuldade, pois foram atingidos em cheio pela recessão econômica que marcou a economia brasileira nos últimos tempos, decorrentes do fracasso da chamada “nova matriz econômica”, postura que trouxe vários prejuízos à economia do país, na esteira do desvendamento de atos de corrupção praticados por vários agentes públicos.Alguns foram julgados e condenados; outros, mais famosos e com maiores recursos financeiros, permanecem sem sentença judicial condenatória.
Contudo, a nova realidade que está se impondo é que a economia global sofrerá um impacto terrível, até mesmo mais grave que a crise de 1929, chamada de “A Grande Depressão”, foi a maior crise do capitalismo financeiro. O colapso econômico teve início em meados de 1929, nos Estados Unidos, e se espalhou por todo o mundo capitalista.
A economia brasileira ainda não se recuperou totalmente do impacto causado a partir de 2012 e, no ano passado, o Governo Federal responsável por implementar políticas públicas que favoreceram o crescimento econômico, não adotou nenhuma providência neste sentido e só foi realizada a reforma da Previdência, que, em termos de avanço econômico só será positiva para o futuro e em total prejuízo aos mais pobres, especialmente aqueles tem têm atividades braçais, face ao aumento no tempo de contribuições.
Na atualidade, com as medidas de proteção à sociedade decretadas pelos governadores, o Tesouro Nacional que é o órgão responsável pelo dinheiro público está com maiores dificuldades de capitalizar o Governo para enfrentar as medidas financeiras propostas para ajudar os necessitados, as empresas, os municípios e o estados, estes dois últimos para compensar a perda de arrecadação com o fechamento do comércio.
O Governo Federal para ter dinheiro a fim de realizar o socorro financeiro tem que emitir títulos do tesouro nacional, que são documentos que garantem ao investidor o retorno do capital investido, mais o ganho do capital, geralmente com vencimentos à longo prazo. Desde o começo do ano passado o Tesouro Nacional estava encontrando dificuldades para colocar estes títulos no mercado, pois os investidores estão receosos com a situação financeira do país.
A implementação dos benefícios para ajudar a todos que precisam, em particular os municípios e estados está se realizando com muita dificuldade, porque o Governo atual não tem maioria no Congresso Nacional e praticamente os Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados fazem a interlocução com os parlamentares, pois o Presidente da República se recusa a negociar com os Deputados Federais e Senadores; o que é um absurdo, pois política se faz com conversas e negociações. A tese de que tais negociações levam à corrupção como acontecia nos governos anteriores não tem nenhum sentido, pois se existisse esta negociação pode ser feita sem prática de corrupção, as pautas seriam aprovadas com maior rapidez e eficiência.
Porém, somente esta alternativa é viável, uma vez que a paralização das atividades diminui a renda de todos, o Governo Federal tem que renunciar à posição de neoliberalismo e atender a todos que carecem dos benefícios do Estado, especialmente os vulneráveis.
O importante é que todos continuem praticando, dentro da possibilidade, o isolamento social, que em determinado momento terá que ser flexibilizado e mantendo as práticas básicas de higiene pessoal para o combate ao Covid19.
As vidas humanas precisam ser defendidas, a economia poderá ser recuperada depois, com muito trabalho e esforço de todos; mas, na presente quadra, toda atenção deve ser dirigida à população.
Juntos somos mais fortes, juntos venceremos. O Brasil irá vencer o vírus. O Brasil precisa de todos nós.
Envie dúvidas, comentários ou sugestões para bcrcconsultoria@gmail.com. Até a próxima.
*Formado em Direito pela Universidade Estadual de Direito do Norte Pioneiro em Jacarezinho e em Administração de Empresas nas Faculdades Integradas de Ourinhos. MBA em Comunicação Corporativa pela Universidade Estácio de Sá(em curso) . Sócio sênior da BCRC Consultoria em Comunicação.
** Revisão e colaboração – Acadêmico de Administração de Empresas na UNICID.