Notícias Agrícolas ouviu especialistas para entender qual deverá ser o tamanho da produção nacional de milho nesta segunda safra.
Seca, estiagem, perda, prejuízo, são algumas das palavras mais utilizadas quando o assunto é a atual segunda safra de milho no Brasil. A safrinha já foi plantada mais tarde e, muitas vezes, fora da janela ideal de cultivo, e sofreu com condições climáticas adversas em muitas regiões produtoras.
Essas intempéries climáticas já levaram à uma série de reduções nas estimativas de produção para o cereal nesta segunda safra que começa a ser colhida, ainda de maneira bastante pontual e localizada. Os números oficiais, divulgados mensalmente pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) já foram de 82,8 milhões de toneladas em março, 82,6 milhões em abril e 79,7 milhões de toneladas em maio.
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No total das três safras brasileiras, a Conab espera uma produção de 106,4 milhões de toneladas, aumento de 3,7% em ralação ao ciclo 19/20, mas redução na comparação com as estimativas anteriores que já foram de 109 milhões. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também reduziu a projeção da safra total de 109 milhões de toneladas para 102 milhões de toneladas.
No mesmo caminho, mas em patamares muito mais intensos, as consultorias privadas também vêm reduzindo suas expectativas de produção do cereal nesta temporada. Nesta terça-feira (01) a StoneX, por exemplo, estimou que a produção do cereal na safrinha deve atingir 62 milhões de toneladas, queda de 14,7% em relação ao número de maio e de 17,1% em comparação à safra anterior.
“Ainda que algumas regiões tenham recebido bons volumes de chuvas no final de maio, a precipitação registrada não foi capaz de promover melhoras na safra, apenas limitar danos mais intensos”, avaliou a StoneX.
Para a produção total, a consultoria estima 89,7 milhões de toneladas para o Brasil, o que seria o menor volume desde a temporada 2017/18. “Mesmo diante de um cenário de significativa retração na disponibilidade do cereal no Brasil e em um quadro de preços muito fortalecidos, a demanda doméstica por milho segue firme. Apesar da leve redução na estimativa de consumo interno da StoneX, para 71,5 milhões de toneladas, o volume ainda seria um recorde”.
Na última sexta-feira (28) tinha sido a vez da SAFRAS & Mercado divulgar suas atualizações para a safrinha, dando conta de que a produção deverá ser de apenas 61,59 milhões de toneladas, ante as 70,8 milhões indicadas no mês de abril.
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Outra publicação da SAFRAS & Mercado, no primeiro dia de junho, apontou que a produção total do país é estimada em 95,236 milhões de toneladas para 2021, abaixo das 106,833 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior.
Aliado a isso, a consultoria espera importação de 2,25 milhões de toneladas para se somar aos estoques de 6,512 milhões de toneladas e formar a disponibilidade de 103,998 milhões de toneladas de milho na safra 2021, volume abaixo das 117,374 milhões de toneladas disponíveis na temporada passada.
Mais cedo em maio, a Agroconsult também reduziu boa parte de sua projeção saindo de 78,3 milhões de toneladas para 66,2 milhões de toneladas, com a seca reduzindo a colheita em 15%. “É uma safra que não terá todo seu potencial expressado no campo. A irregularidade climática afetou o milho de forma severa”, declarou André Debastiani, analista da consultoria.
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Outra consultoria, a AgRural, é ainda mais drástica nas reduções de produtividade. Começaram a safrinha com potencial de 77 milhões de toneladas, caíram para 73 em abril, depois 65,1 em maio e agora estão em apenas 60 milhões de toneladas.
“O novo corte de produtividade deveu-se à revisão para baixo do rendimento médio esperado de todos os estados produtores do Centro-Sul, e só não foi maior porque algumas chuvas esparsas levaram alívio a uma parte das lavouras mais tardias. Para a maioria das áreas, porém, as precipitações chegaram tarde demais”, explica a AgRural.
Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/milho/