‘NEVERMIND’: O Álbum que ressuscitou o Rock… (*) (por Sérgio Barbosa)

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‘NEVERMIND’: O ÁLBUM QUE RESSUSCITOU O ROCK… (*)

“Álbum do Nirvana lançado em 1991 ganha festas de aniversário por todo o lado…” (Lúcio Ribeiro in “Nevermind, 10: Barulhinho bom, Folhateen, FSP, SP, Segunda-feira, 17/9/01, pág. 6)

Sérgio Barbosa 

Dedico este texto aos alunos: Rafael, Marcelo, Alex e Everton.

Neste novo tempo, quando o mundo está de cabeça para baixo como diz um dito popular em terras tupiniquins, pode-se meditar sobre muitas e muitas coisas, entre as quais, os grandes ícones da cultura musical em nível mundial.

A chamada Indústria cultural se faz presente em várias áreas neste contexto multicultural em meio aos desencontros patrocinados pela globalização num momento complicado para o planeta terra.

Mesmo assim, não se pode deixar de registrar fatos que fizeram História na década passada, ou seja, os anos 90, mais precisamente em território norte-americano, para ser mais exato, no dia 24 de setembro de 1991, terça-feira, cujo objetivo inicial era comercializar 150 mil discos, sendo este, o alvo da gravadora Geffen, considerada uma megagravadora no disputadíssimo mercado fonográfico em nível mundial.

Bom, leitores e leitoras, entre a cruz e a espada do início dos anos 90, quando o mundo estava curtindo uma tremenda ressaca dos anos 80, surge para abalar as estruturas do rock’and roll de forma radical e com marca registrada em forma de explosão musical a banda norte-americana NIRVANA com o álbum “NEVERMIND”.

Vale a pena ressaltar que o lançamento do disco acontece logo depois da Guerra do Golfo, patrocinada e executada pelos norte-americanos em territórios Árabes, assim, neste momento, registramos mais uma escalada da violência no contexto internacional, depois dos atentados terroristas nas cidades de Nova Iorque e Washington, ambas nos EUA-Estados Unidos da América.

“sou pior no que faço melhor/ e por este presente e eu me sinto abençoado/ nosso grupinho sempre foi/ e sempre será até o fim”

As canções do disco superaram todas as expectativas do momento em foco, sendo que, “Smells Like Teen Spirit”, colocou em poucos meses o álbum em primeiro lugar na concorrida parada top-musical “Billboard” dos EUA.

Era o som que veio parar ficar, de Seatle para o resto do mundo, um grito nervoso e estremecido naquele momento, quando o planeta ainda buscava o seu caminho, sem falar que o rock estava em estado de putrefação melancólica, porém, sem pedir licença para ninguém, eis que surge do nada para o tudo ou do tudo para o nada, Kurt Kobain para mostrar que rock era mais do que alguma coisa naquele fatídico ano de 1991.

Foram, ou melhor, são 12 músicas num álbum que deixou marcas pelo caminho, basta olhar para algum lugar perdido no horizonte de uma morte mais do que anunciada, em abril de 1994, quando Kurt Cobain deixou este andar e partiu sem dizer adeus para o outro lado, isso, foi…

Mas, nada é para sempre, afirma o poeta contemporâneo, porém, ficou o registro deste tempo neste início de século para os discípulos do tempo, ou melhor, da redescoberta do rock pelo NIRVANA e sua música, ovacionado como Deuses do Nirvana pela rebeldia dos adolescentes e jovens do “País do faz de conta” durante as manifestações pelo “impeachment” do então, pseudopresidente, Fernando Collor de Mello, aquele que caçava Marajás no seu estado natal…

“Aqui estamos/entretenha-nos/sinto me  estúpido e contagioso/aqui estamos/entretenha-nos/um mulato/um albino/minha libido/yeh”

Este mês, o álbum ‘NEVERMIND’ comemora 10 anos de vida em meio aos desmandos dos donos do poder, porém, o momento é de comemoração com sinais de protesto pela morte prematura do líder do NIRVANA, Kurt Cobain em 1994, sem deixar vestígios para a sua legião de seguidores no Planeta Terra.

A homenagem é mais do que póstuma para um dos ícones do rock contemporâneo, de qualquer maneira, o registro está feito neste texto, uma forma de contestar o senso comum que impera nos quatro cantos do mundo neste panorama mais do que pósmoderno, isso é, se levar em conta à conjuntura do momento, pode-se afirmar sem medo de errar, que o cenário é próprio para o ressurgimento do NIRVANA: “Estou tão feliz/porque hoje encontrei meus amigos/eles estão em minha cabeça/sou tão feio/tudo bem, porque você também é/quebramos nossos espelhos/domingo de manhã/é todo dia que me importo/e não me tenho medo/acendo minhas velas/em deslumbramentos porque encontre Deus/Yeh”.

Ave Kurt Cobain! Ave Nirvana! Ave “Nevermind”!

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(*) Artigo escrito em 2.001, ainda, quando os nomes registrados na “dedicatória” eram acadêmicos do curso de Publicidade & Propaganda da FAI