Luto sem despedida (por Cidinha Pascoaloto)

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Quando morre alguém que amamos é sem dúvida, a pior dor que podemos sentir na vida porque nos remete ao vazio.

Os rituais fúnebres são importantes para a elaboração do luto, ajuda os familiares no enfrentamento da perda, a presença dos amigos e parentes que estarão apoiando com abraços e palavras de conforto e até mesmo com o silêncio.

Agora o adeus não tem mais despedida.

As vítimas do Covid-19 não podem mais serem veladas pelas famílias e nem terem os tradicionais enterros. Quem sofre ainda mais com toda situação são as crianças, que perdem seus pais, avós e tios sem poder se despedir. Para uma criança, é complexo entender que o familiar entrou no hospital e não voltou mais para casa. A criança deve ser informada pelos familiares sobre a morte e que o ente querido não volta mais, que tudo que é vivo um dia vai morrer. Essa informação deve ser bem clara não é recomendado dizer que virou uma estrelinha, ou foi embora e logo volta. Se a morte nos causa um sentimento tão confuso, tão dolorido e as vezes até cheio de culpas, imaginem o que se passa na cabecinha das nossas crianças.

O apoio emocional por parte das pessoas próximas ao enlutado é importante neste momento de isolamento social. O acolhimento pode ser feito através de telefonemas, mensagens imediatas ou outras formas que demonstrem empatia cuidado e carinho, para que o processo de luto seja elaborado com leveza, e menos dolorosa. Se você perceber que está com dificuldade muito grande em lidar com o luto ou sente que não pode dar conta dos problemas sozinho, procure ajuda profissional. Muitas vezes será necessário contar com a ajuda de um psicólogo para superar a dor e o sofrimento. Vale lembrar que as crianças também podem necessitar de terapia para lidar com a perda e os traumas que o luto traz.

Busque um sentido para as perdas.

Cidinha Pascoaloto – Psicóloga -CRP 06/158174 Terapia cognitivo Comportamental (TCC)Atendimento on-line, contato: (18) 99725-6418