Justiça decreta prisão preventiva de 4 suspeitos de matar PM achado morto em carroça na Cracolândia, Centro de SP

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Um cozinheiro e três desempregados tiveram as prisões em flagrante convertidas em preventivas. Eles são investigados pelo assassinato do soldado Daniel Lima. O corpo foi achado com sinais de violência no último sábado (17). Causa da morte e motivo do crime são apurados.

Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva dos quatro homens suspeitos de matar o policial militar Daniel Alves de Lima, que foi achado morto dentro de uma carroça na Cracolândia, Centro de São Paulo, no último sábado (17). O soldado de 32 anos estava desaparecido e foi encontrado nu, amarrado e com sinais de violência pela Polícia Militar (PM).

Um cozinheiro de 35 anos e três desempregados, de 26, 32 e 37 anos, que empurravam a carroça com o corpo do soldado, foram presos em flagrante pela PM quando estavam no Viaduto Engenheiro Orlando Murgel, no bairro de Campos Elíseos, região central da cidade. Eles negaram o crime e disseram à Polícia Civil que achavam estar transportando entulho, e não o cadáver de um homem.

Apesar disso, os quatro foram indiciados por homicídio qualificado. Eles já tinham passagens anteriores por outros crimes, como furto, roubo e tráfico de drogas. Até a última atualização desta reportagem, as defesas dos investigados pelo assassinato de Daniel não haviam sido localizadas.

A identificação do policial Daniel só foi feita na segunda-feira (19), após exames periciais. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a prisão em flagrante dos quatro investigados foi convertida em preventiva a pedido dos investigadores do 2º Distrito Policial (DP), no Bom Retiro, que apuram as causas da morte e motivação do crime. A prisão preventiva é aquela que permita que um preso fique detido até um eventual julgamento.

“Os quatro suspeitos tiveram a prisão convertida em preventiva e os laudos serão analisados pela autoridade responsável assim que finalizados”, informou trecho do comunicado da pasta da Segurança, se referindo também ao laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML), que deverá apontar como Daniel foi morto.

Durante a prisão dos suspeitos, a Polícia Militar também apreendeu cordas e uma faca que estavam com o grupo. Ainda não se sabe se a vítima foi esfaqueada. O resultado do exame do IML ainda não ficou pronto, mas peritos informaram que “a morte teria ocorrido recentemente”, ainda no sábado (17).

Segundo os peritos, Daniel tinha lesões pelo corpo, além de pescoço, braços e pernas amarrados.

A vítima trabalhava, havia seis meses, como soldado da 1ª Companhia do 18º Batalhão da Polícia Militar em Presidente Prudente, interior paulista, cidade onde morava, nasceu e foi enterrado. Antes atuava pela corporação na capital. Um pastor da igreja que Daniel frequentava no município informou que ele havia dito na semana passada que iria fazer evangelização na Cracolândia.

“Na última quarta feira [14] ele participou do culto, no final veio me cumprimentar, e ele tinha falado que estaria em São Paulo que recebeu um convite para estar evangelizando também na Cracolândia”, disse o pastor Renato Filitto, da Assembleia de Deus, na última terça-feira (20) .

Quatro homens são presos por suspeita de participar do assassinato de policial militar que estava desaparecido em São Paulo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Quatro homens são presos por suspeita de participar do assassinato de policial militar que estava desaparecido em São Paulo — Foto: Reprodução/Redes sociais

A Cracolândia é uma região no Centro de SP conhecida pelo tráfico e consumo de drogas ao ar livre, durante todo o dia. No local, traficantes e dependentes químicos se misturam nas ruas. “A vontade dele mesmo era resgatar essas pessoas”, disse o pastor.

Segundo Fillito, o soldado Daniel contou que tinha recebido um convite para evangelizar jovens em uma praça. O PM estava desaparecido desde sexta-feira (16), quando foi visto pela última vez na Praça República, também no Centro da capital paulista.

De acordo com SSP, a Polícia Civil realiza diligências “para identificar o caminho percorrido” pelos quatro suspeitos detidos. A pasta comunicou que “a equipe trabalha para esclarecer o crime e apurar se há outros envolvidos” no crime.

Fonte: G1