JIM MORRISON: O POETA DO ROCK’N AND ROLL.
“Assim a lenda se escorre / A entrar na realidade, / E a fecunda-la decorre. / Em baixo, a vida, metade / De nada, morre.” (Fernando Pessoa)
Sérgio Barbosa (*)
Não se pode deixar de gritar em meio ao silêncio deste tempo sem paixão pelo desafio de ser e não apenas estar, assim, a música continua de “luto” em homenagem ao poeta do rock’n and roll, JIM MORRISON, venerado neste cenário mais do que pós-moderno como “Rei Lagarto”…
De uns tempos para cá a música anda cada vez mais pobre em tudo, incluindo o contexto tupiniquim que anda mal das pernas, somando-se aos demais países neste descaso pela arte musical e suas poesias acima de qualquer suspeita para os amantes dos acordes em tempo de pós-globalização…
A banda norte-americana The Doors surgiu como muitas nos anos 60, uma década que criou os maiores ícones da música e da poesia em nível internacional…
Assim, quase que por acaso, do nada para o tudo em meio ao nada de um tempo solene e caótico ao mesmo tempo para uma juventude mais do que transviada, The Doors aparece com sua performance mediada pelo vocalista-poeta, Jim Morrison…
As portas foram abertas para uma poesia além da imaginação, afinal sonhar era detalhe a mais para os jovens rebeldes dos anos 60 em meio aos desencontros das idéias de um mundo em ebulição pela vontade da maioria frente ao poder institucionalizado pela força das armas…
A poesia de Jim Morrisson nos acordes musicais do The Doors despertou o planeta para uma viagem sem volta, quando a promessa era a reflexão numa ilusão perdida do poeta na busca do seu “eu” pelas estradas de uma ilusão interior ao cenário catastrófico que vivia o cotidiano…
As idas e vindas pelas mesmas portas deste contexto levaram Jim Morrisson para outras vidas, claro, intermediado pela vontade de descobrir o outro lado, assim era o poeta do rock’n and roll…
A genialidade de Jim Morrison extrapola a nossa vã filosofia, suas letras levam para o infinito do jogo das palavras perante uma não interpretação do texto, criando novas propostas para uma mesma frase numa perfomance musical inquieta para os padrões da sua época…
Assim, faz-se necessário uma releitura deste tempo com a presença “in memorian” do Rei Lagarto, Jim Morrison em tempo de pós-globalização midiática para um olhar diferenciado neste novo século ao poeta do outro tempo do tempo daquele tempo…
Sua partida para o outro lado do planeta aconteceu no início dos anos 70 na cidade luz, Paris, capital da França, também, outros partiram nesta década, antes, porém, deixaram suas pegadas pelas estradas de um tempo sem o tempo do tempo em busca daquele tempo…
Ave Jim Morrison!
Ave The Doors!
______________________________________
(*) Jornalista diplomado.
e-mail: barbosa.sebar@gmail.com