DEPOIS DO CARNAVAL
*CLAUDIVAL CLEMENTE
*CLAUDIVAL MOURA CLEMENTE
O brasileiro é um otimista por natureza, está sempre esperando o carnaval passar para a situação do país melhorar. Uma expressão antiga que grande parte dos brasileiros utiliza, como se após o carnaval todos irão encontrar uma fórmula para colocar ordem em tudo.
Porém para que as mudanças tragam algum benefício é preciso que elas sejam implementadas pelas pessoas responsáveis por estas mudanças. Se for uma decisão pessoal cabe ao próprio individuo analisar com objetividade os pontos controvertidos e adotar as posturas necessárias.
Se estivermos falando da economia do país, por exemplo, esta tarefa compete, prioritariamente, ao Poder Executivo, pois de acordo com a Constituição Federal é o chefe do executivo que planeja e implementa as diretrizes para melhorar a economia brasileira; contudo, as recentes atividades deste político indicam inexistir qualquer preocupação neste sentido.
Muito embora possa se afirmar que a inflação está sob controle, a inflação baixa no caso do Brasil, tem a ver com a “quase” total paralisia das atividades econômicas, o principal indicador é o desemprego.
Os empregos que é a única forma de combater o desemprego só surge quando existem investimentos suficientes para mover a roda da economia, cujos negócios otimizados exigirão o preenchimento de postos de trabalho, criando-se novas oportunidades.
A propalada reforma da previdência foi realizada graças ao empenho dos Parlamentares, que adotaram a pauta e a levaram adiante; mas tal feito em nada repercute na combalida economia, duramente agredida durante a implantação da tal “nova matriz econômica”. Necessário que se faça urgentemente outras reformais, tais como a tributária, diminuindo os encargos que pesam sobre os ombros dos comerciantes, empresários e do trabalhador e dividindo o bolo de arrecadação entre estados e municípios; que devem, porém, criar normas rigorosas para combater o gasto público desmedido que compromete verbais essenciais como saúde, educação e segurança pública.
Mas considerando que se trata de um ano de eleições e que todas as preocupações se voltam para as eleições dos prefeitos, especialmente nas grandes capitais, pois estas eleições irão marcar os territórios para a eleição presidencial que irá ocorrer em 2022, para Presidente da República, Deputados Federais e Senadores, a possibilidade de alguma mudança substancial é praticamente nula.
Assim observando, o país vive em ciclos, sempre esperando que se termine uma fase para iniciar a outra e quando esta fase chega, como por exemplo, o pós carnaval, as preocupações são com as eleições municipais e nenhuma medida será tomada, principalmente na área econômica, mesmo que fosse uma anticíclica, produzindo um voo de galinha, no jargão dos economistas. Mas, se este voo rápido e curto for suficiente para produzir alguns empregos ou aumentar a renda do trabalhador, pode ser interessante se incentivar que as galinhas voem; embora se saiba que elas, na verdade, “tentam” voar, mas nunca conseguem, apenas o suficiente para mudar de lugar. Em termos econômicos estas tentativas poderiam gerar alguns acertos e melhorar a situação de um desempregado ou profissional que está em busca de uma atividade profissional.
É tradição aqui entre nós que o carnaval termine somente no próximo domingo, quando se inicia a contagem regressiva para as comemorações da Páscoa, torcendo para que a venda dos ovos de chocolate seja maior que a do ano passado, gerando alguns novos postos de trabalho e dando um impulso para a economia brasileira. Um outro ciclo também trazendo novas esperanças.
Enquanto isso, com todo otimismo brasileiro, vamos aguardando o carnaval passar e torcendo por melhoras.
Envie dúvidas, comentários ou sugestões para bcrcconsultoria@gmail.com. Até a próxima.
*Formado em Direito pela Universidade Estadual de Direito do Norte Pioneiro em Jacarezinho e em Administração de Empresas pela Faculdades Integradas de Ourinhos. Sócio sênior da BCRC Consultoria.
** Revisão e colaboração – Acadêmico de Administração de Empresas na UNICID.
