Da Prevenção para Mitigação

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DA PREVENÇÃO PARA MITIGAÇÃO.

*CLAUDIVAL CLEMENTE.

*CLAUDIVAL MOURA CLEMENTE

A força com o que Covid-19 invadiu o mundo, apesar de todas as previsões formuladas por especialistas, apanhou as autoridades de surpresa, porque os governantes sempre estão preocupados com os impactos que medidas protetivas irão causar na economia, nos empregos, no recolhimento dos tributos e, principalmente, nas eleições.

Inobstante alguns médicos, incluindo o próprio Ministro da Saúde ter traçado um quadro tenebroso do que estava por vir, a mais alta autoridade do país se manteve renitente, afirmando que a doença era uma simples gripe e que o assunto estava superdimensionado pela Imprensa e que a repetição do assunto se constituía em histeria.

Enquanto isso, o Ministro da Saúde e os Secretários de Saúde dos Estados, destacando em especial a atuação do Secretário da Saúde de São Paulo, adotavam todas as medidas possíveis para prevenir a disseminação do vírus no Brasil.

A Secretaria da Saúde de São Paulo traçou um plano de risco e resposta rápida para atuar na prevenção do vírus, organizando um grupo de trabalho e colocando à frente deste grupo um conceituado infectologista, que imediatamente planejou as atividades básicas de prevenção e cuidado.

A atuação do governo federal lamentavelmente e, como sempre, foi tardia; o próprio Presidente da República após criticar os governadores que estavam adotando providências de cautela, participou de uma manifestação contra os outros dois poderes da República, com a possibilidade de estar contaminado com o vírus, porque viajou aos EUA em companhia de um assessor que estava carregando o vírus. Ao contrário do que ele, Presidente assinalou, não se tratava do risco de uma contaminação pessoal, mas o perigo de contaminar os manifestantes que se encontravam no ato.

A grande questão do vírus é justamente a forma como se propaga. Um contaminado eventualmente pode contaminar outros 10, estes 10 outros 10, ou seja 100 e assim sucessivamente.

Desafortunadamente a vinda do vírus ao Brasil irá mudar completamente o cotidiano dos brasileiros e além dos cuidados básicos com a higiene e prevenção, seremos atingidos em dois aspectos fundamentais na vida dos seres humanos: a liberdade de locomoção e o trabalho. A decretação do estado de calamidade, se por um lado, é indispensável, traz consigo uma série de limitações que os nacionais não estão acostumados a viver.

O isolamento social é uma condição dolorida para cada brasileiro, atingindo a todos sem exceção, limitando a circulação entre o comércio, as visitas aos amigos e parentes e as atividades mais simples, como a ida ao cabeleireiro ou mesmo à quitanda da esquina. O isolamento social é uma das medidas protetivas mais severas e, ao mesmo tempo mais importantes à prevenção contra o avanço do Covid-19 entre os brasileiros.

Mas o isolamento social também impedirá as pessoas de irem ao trabalho, impactando a situação das empresas, notadamente das pequenas empresas e dos microempresários, muitos sem qualquer rede de proteção social. Só permanecerão funcionando o comércio absolutamente essencial, tais como, farmácias, supermercados, postos de gasolina e alguns restaurantes.

A medida provisória que permite às empresas dispensar os empregados do trabalho, mediante um pagamento de metade do salário contratado atingirá em cheio as finanças de todos:dos empregadores, que não poderão abrir os estabelecimentos, ficando sem renda para honrar os compromissos e dos trabalhadores que terão redução em seus vencimentos, alguns até com risco de perder a colocação quando toda esta fase negra for atravessada.

Mas o governo federal também tentou diminuir o golpe que as empresas e os trabalhadores sentirão e adotou algumas protetivas, tais como reforço no programa Bolsa Família; atraso no recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Simples Nacional por três meses, para reforçar o caixa das empresas; desoneração de produtos médicos; liberação de R$ 24 bilhões para linhas de crédito pessoal (com o intuito de ajudar trabalhadores autônomos) e de R$ 48 bilhões para empresas;  socorro à aviação civil e fechamento de fronteiras, especialmente com a Venezuela. (Fonte agência Senado)

Naturalmente que tais medidas são insuficientes para garantir a normalidade da situação; porém, o caixa do governo federal se encontra em baixa, em parte devido à recessão econômica que avassala o país desde 2016, quando a Presidente da época implantou a chamada “nova matriz econômica”, causando quedas nos investimentos. Por outro lado, o mundo vive uma recessão econômica e até mesmo os países mais ricos do mundo apertaram os cintos e a chegada do vírus agravou ainda mais esta delicada situação econômica do mundo.

O tempo agora é de mitigar os perigos, mitigar os danos e mitigar o baque que o coronavírus está causando aos brasileiros. É inevitável que assim seja; mitigando, tornaremos mais suave o período nebuloso que iremos atravessar. Com fé chegaremos ao destino. Importante manter os cuidados com a higiene e prevenção do vírus e o isolamento social.

Envie dúvidas, comentários ou sugestões para bcrcconsultoria@gmail.com. Até a próxima.

*Formado em Direito pela Universidade Estadual de Direito do Norte Pioneiro em Jacarezinho e em Administração de Empresas pela Faculdades Integradas de Ourinhos. Sócio sênior da BCRC Consultoria.

** Revisão e colaboração  – Acadêmico de Administração de Empresas na UNICID.