Clínica de dentista investigada por morte de mulher em procedimento para retirar papada não tinha licença

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Vítima Silmara Regina Rodrigues ficou internada durante 11 dias após sair do local, mas não resistiu aos ferimentos. Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso; dentista foi autuada pela Vigilância Sanitária.

A dentista suspeita de cometer imperícia médica na morte da gerente de vendas Silmara Regina Rodrigues, de 45 anos, durante os preparativos para um procedimento estético, em São José do Rio Preto (SP), foi autuada pela Vigilância Sanitária Municipal por exercer a profissão em um consultório odontológico sem licença para funcionar.

De acordo com a Vigilância Sanitária Municipal, o fato dela ter exercido ilegalmente a profissão será investigado pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). Se ficar comprovada a situação, ela pode ser autuada novamente pelo órgão, que encaminhou um processo ao CFO.

A Polícia Civil abriu inquérito, na manhã desta quarta-feira (23), para a apurar as circunstâncias da morte de Silmara, que deu entrada no Hospital de Base de Rio Preto no dia 8 com quadro clínico grave depois de passar pelo consultório.

Ela seria submetida a um procedimento para retirada do excesso de gordura sob o queixo, conhecida como “lipopapada”. A dentista que seria a responsável pela cirurgia é sobrinha da vítima.

Em nota à TV TEM, o Hospital de Base afirmou que não havia indícios de que tinha sido feito algum procedimento cirúrgico na paciente. No atestado de óbito consta que a vítima morreu em decorrência de um edema cerebral.

G1 tenta entrar em contato com o advogado para pedir um posicionamento sobre da cliente ter sido autuada por causa do consultório.

Massagem cardíaca

De acordo com o relato da família da vítima, ela, o marido e os filhos saíram de Franca (SP) no dia 8 de outubro e foram para Rio Preto (SP), onde seria feito o procedimento. O marido deixou a esposa no consultório da sobrinha, mas meia hora depois ele foi avisado que Silmara estava passando mal.

O Samu foi chamado, mas antes da equipe chegar os familiares colocaram a paciente no carro para ir a um hospital. No meio do caminho a situação dela piorou e eles pararam para pedir ajuda em uma clínica na Avenida Alberto Andaló.

Um médico dessa clínica chegou a fazer massagem cardíaca até os bombeiros chegarem. Depois que os bombeiros chegaram, eles conseguiram reanimá-la e levaram-na para o Hospital de Base, onde Silmara ficou até o último sábado (19), quando acabou morrendo.

A polícia vai analisar as câmeras de segurança da clínica e da vizinhança e vai ouvir os familiares. A investigação vai avaliar se a conduta da dentista foi adequada.

Em nota enviada para a TV TEM, o Conselho Regional de Odontologia disse que esse procedimento pode ser feito normalmente por dentistas, mas o profissional precisa ter especialização.

Fonte: G1