ÁRVORES URBANAS: Podar ou não podar?

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ÁRVORES URBANAS – PODAR OU NÃO PODAR? 

Com o avanço da modernidade e o aumento da população, a ocupação do solo urbano vem sendo um problema sistemático e desafiador.

A questão da “Poda de Árvores” do passeio público é sem dúvida um grande desafio ainda na atualidade.

Outros desafios a serem  considerados são:  a escolha da espécie mais adequada para o local; o plantio e os cuidados necessários para cada espécie vegetal; a falta de conhecimento da população; a  falta de orientação por parte dos órgãos públicos e/ou gestores; a deficiência ou até a inexistência em muitos municípios de equipes técnicas preparadas para o manejo de árvores lenhosas; a insuficiência de fiscalização e de punição aos infratores perante à legislação; a ausência de incentivos e a falta de equipamentos modernos para efetuar a poda.

Todo vegetal tem características próprias quanto ao formato de copa, idade, época de florescimento, desenvolvimento das raízes e a quantidade de oxigênio liberada ao ar (fotossíntese).

Por este motivo é necessário ter atenção ao executar qualquer tipo de poda e, na sua ocorrência, deverá ser realizada por pessoas capacitadas com equipamentos corretos, sob orientação de profissionais habilitados dos CREA.

Benefícios das Árvores 

As árvores urbanas, são de extrema importância para se obter qualidade de vida.

Os benefícios podem ser diretos e indiretos resultando seus efeitos em:

  • Reequilíbrio da temperatura da cidade;
  • Alteração do micro clima;
  • Manutenção da umidade relativa do ar;
  • Criação de condições para o desenvolvimento e abrigo de espécies da fauna e flora;
  • O sombreamento das copas das árvores protege contra a irradiação solar:
  • Diminuição da poluição sonora:
  • Barreiras de sons;
  • Amortecimento da água das chuvas;
  • As raízes são partes importantes de ancoragem e fixação da mesma, resistindo à ação dos ventos;
  • As folhas promovem a purificação do ar quanto ao depósito de fuligem e material suspenso;
  • Ramos, galhos e troncos promovem o caminhamento da água de chuva para o solo;
  • As flores também promovem o embelezamento das vias públicas melhorando o bem estar no ambiente urbano.

Definição de Poda 

1 – Retirada seletiva de partes indesejadas ou danificadas de uma árvore, com objetivos definidos.

2 – Adequação da árvore ao espaço disponível. 

Quem autoriza? 

Prefeitura Municipal ou Órgão Competente.

Procedimentos (ABNT 16246-1 de 2013):

Como deve proceder a autorização?

Através de Inspeção prévia da árvore e se houver necessidade da poda, indicar as partes a serem podadas, recomendando as operações e equipamentos.

Quem pode orientar a podas? 

Profissionais que tenham conhecimento do desenvolvimento vegetativo da árvore, que são os Engenheiros Agrônomos e os Engenheiros Florestais com registro no CREA, empresas credenciadas na Prefeitura e registradas no CREA e podadores autorizados.

São esses profissionais que irão indicar quais são as ferramentas adequada para cada situação.

Podas próximas a redes elétrica, podas emergencial e rede de serviços públicos 

Podem ser realizadas apenas por pessoa habilitada em sistemas elétricos de potência, conforme norma estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.

Limite para poda aérea da árvore 

A árvore não deverá ter mais de 25% da parte aérea suprimida, de acordo com a espécie. Dependo da espécie esta razão poderá afetar completamente sua função fisiológica e causar severos danos para a árvore. 

Quando Podar?

A época ideal para a realização de podas será de acordo com cada espécie é no período de repouso vegetativo, sempre após o florescimento.

Tipos de Podas (principais) 

Poda de limpeza:  refere-se à poda seletiva para remoção de galhos mortos, doentes ou quebrados.

Poda de elevação de copa:  consiste em poda seletiva para fornecer espaços verticais.

Poda de redução:  busca a distribuição equilibrada dos ramos, com a redução da copa na largura e/ou altura, de acordo com o formato de copa da espécie.

Poda emergencial:  tem caráter de emergência e pode ser realizada a qualquer momento por órgãos oficiais, empresas especializadas e profissionais autorizados.

Poda de restauração:  consiste na poda seletiva para aprimorar a estrutura, forma e aparência da árvore a fim de recuperar o seu formato de copa.

Poda decorativa tipo topiaria:  deve ser evitada por não trazer benefício ambiental e ainda provocar o enfolhamento de forma compacta dificultando a entrada de pássaros no seu interior. Provocando uma disfunção ambiental. 

ATENÇÃO: 

Poda de raízes, não é recomendada pois aumenta o RISCO DE QUEDA da árvore.  Deve ser priorizado o aumento dos canteiros e alternativas à essa poda.

Como Podar ramos?

Em árvores lenhosas de ramos grandes, utilizar a técnica dos três cortes (figura 1), evitando que a casca da árvore abaixo do ramo removido, seja danificada. Os cortes devem manter intactos a crista de casca e o colar da base do ramo (figura 2), para que sejam garantidas as condições fisiológicas necessárias para o fechamento do ferimento. como segue abaixo:

Figura 1                                        Figura 2

Obs.: todo trabalho de poda deve ser realizado com o uso de EPI, conforme NR 35. 

Podas mal realizadas causam danos às árvores? 

Sim, quando são realizadas sem orientação técnica e sem necessidade comprovada. Há diferentes espécies vegetais lenhosas instaladas nos passeios públicos e algumas delas não podem ser podadas, já outras, podem receber podas leves. De qualquer forma, apenas profissionais habilitados podem recomendar a poda. 

Árvores mal podadas podem desencadear ainda: 

Tombamento provocado por intempéries naturais que ocorrem em determinados períodos do ano devido à distribuição do peso desproporcional da parte aérea/copa. Ocorrido pela concentração irregular de galhos laterais de forma desiquilibrada ao redor da circunferência da copa, ficando assim a árvore susceptível à queda.

Engrossamento de raízes que ocasionam o levantamento de calçadas e dificultando o trânsito de pessoas.

Apodrecimento de galhos e ramos, que podem se desprender e causar danos.

Apodrecimento e morte da árvore, provocados pela não cicatrização do corte e consequentemente entrada de pragas e doenças que podem levar à perda total da árvore.

As podas devem ser priorizadas nos viveiros e em formação nas plantas ainda jovens. Mantendo o equilíbrio do peso da copa e preservando ao máximo o formato original da espécie

Fonte: CREA-SP

Carlos Alberto Crociolli – Engenheiro Agrônomo MsC

CREA-SP 0700195512