Artigo: #NÃOMEPERTURBE

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*CLAUDIVAL CLEMENTE

A pior situação possível para qualquer pessoa é ser incomodado várias e vezes diversas, até mesmo em horários inconvenientes, por operadores de telemarketing, oferecendo produtos ou serviços.

A intimidade e privacidade do ser humano é um bem inestimável e intangível, a insistência dos operadores de telemarketing transcende a qualquer possibilidade de aceitar as abordagens.

Deixar de atender as ligações ou bloquear os números também não resolve, pois estes profissionais contam não somente com treinamento para abordar os possíveis compradores, como dispõem de uma rede de telefonia preparada e os números são sequenciais e vão mudando de acordo com a recusa nas ligações.

Pensando exatamente nesta situação complicada do consumidor, a Agência Nacional de Telecomunicações, em parceria com as maiores operadoras de telefonia do país, lançou o site que visa receber o cadastro de consumidores que não desejam ser incomodados por operadores de telemarketing.

O site recebeu até o presente a quantidade de 620.000 cadastros, indicando que realmente as pessoas que não querem ser incomodadas por este tipo de ligação.

Mas é preciso também, abordar o outro lado da questão, a dos operadores de telemarketing. É irritante ser incomodado pelo telefone, mas a outra pessoa do lado da linha é um profissional que tem um emprego, cujos salário servem para a sua sobrevivência.

Muito embora não seja uma atividade que exija conhecimento especializado, normalmente tais profissionais recebem um treinamento com operadores mais antigos e só se mantém em seus postos de trabalho mediante o cumprimento de metas de ligações e, por óbvio, de negócios fechados.

Estas metas nem sempre são condizentes com a realidade, pois o produto que estão vendendo é de difícil aceitação, até mesmo pela forma como é realizada a abordagem: pelo telefone.

São situações antagônicas que existem na sociedade e precisam ser compatibilizadas para evitar danos sociais maiores, pois um dos bens materiais  mais precioso do ser humano é justamente o trabalho.

Será preciso repensar toda esta situação, pois o cidadão tem direito ao respeito à sua individualidade e privacidade, mas também tem direito a um trabalho.

Certamente alguma solução será encontrada em um médio espaço de tempo, pois o ser humano tem que admitir que os avanços são necessários.

Envie suas dúvidas, críticas ou sugestões para bcrcconsultoria@gmail.com. Até a próxima.

                *Bacharel em Direito pela Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro da  Universidade Estadual  Norte Pioneiro, em Jacarezinho-PR  e Bacharel em Administração de Empresas pela FIO, em Ourinhos.  Atuou vários anos em escritórios de advocacia . Sócio sênior da BCRC CONSULTORIA.