Paulo Marques expôs a situação em suas redes sociais, e a história tomou grandes proporções, comovendo os lucelienses
O sorveteiro de Lucélia, Paulo Marques, de 25 anos, casado e pai de um bebê de um ano e dois meses, ficou desesperado e viu a sua vida virar de ponta cabeça após receber uma notificação na quarta-feira (1º), da equipe de fiscalização da Prefeitura que o proibia de fazer suas vendas nas ruas da cidade.
Ele explica que em mais um dia de trabalho no Município, recebeu a orientação que não poderia continuar com o trabalho ambulante. Paulo afirma que foi notificado depois de uma comerciante registrar a denúncia na Prefeitura.
“Uma mulher, acompanhada de um homem, que acredito ser o marido, chegou até mim, comprou o sorvete, experimentou, e ainda perguntou para quem eu trabalhava. Minutos depois a Prefeitura me notificou, e eu fui obrigado a voltar para casa”, disse. “Foi uma armadilha, porque ela chegou a me filmar e tirar fotos enquanto eu trabalhava”, explicou o sorveteiro.
Após o fato, ele expôs a situação em suas redes sociais, e a história tomou grandes proporções, comovendo os lucelienses.
“Não era a minha intenção, mas minhas vendas melhoraram muito depois que publiquei minha história no Facebook. Além disso, muitas pessoas estão vindo em minha casa para doar alimentos, cestas básicas, fraudas e até dinheiro”, relata.
Em em dias normais de venda na rua, o sorveteiro faturava em torno de R$ 40 e R$ 50 por dia, porém, “quase todo o lucro com as vendas é empregado na compra de leite e fraudas para o filho”. Agora, ele vende o sorvete por telefone e faz entregas delivery e drive thru.
“Ela (a denunciante) jamais precisava fazer isso com alguém que necessita tanto. Estamos em um momento tão difícil por conta desta doença (coronavírus), um tem que ajudar o outro”, diz.
E continua: “As pessoas de Lucélia estão ajudando muito. Eu queria agradecer a todos que me ajudaram nesse momento tão difícil que Deus abençoe em dobro. Obrigado de coração”, finaliza o sorveteiro.
DESABAFO NAS REDES SOCIAIS
Dia 1º de abril – “Hoje eu fui denunciado por estar vendendo sorvete nas ruas de Lucélia e a denunciante tem uma sorveteria aqui na cidade, ela teve a capacidade de comprar meu sorvete e me filmar e depois me denunciar, não estou vendendo porque eu quero e sim porque eu preciso porque tenho um filho pequeno pra criar e essa é minha única opção de trabalho, mas estou em paz, Deus está comigo eu confio Nele e deixo nas mãos dele”, escreveu. Esta postagem chegou a mais de 590 curtidas, 400 comentários e 280 compartilhamentos.
Dia 2 de abril – “Eu nunca imaginava que meu post ia ter tanta repercussão. Eu fiz esse post não foi para ficar conhecido e, sim, para mostrar minha indignação pelo o ocorrido, eu não tenho raiva da pessoa que fez isso comigo porque Deus ensinou “nóis” amar o próximo e perdoar. Eu agradeço de coração aqueles que me ajudaram e que deus abençoe a vida deles. A males que vêm para o bem”, escreveu.
Dia 3 de abril – “Ganhei muitas doações de alimentos. Fiz duas cesta e doei para duas famílias que precisavam de alimentos. Me sinto muito honrado por ter ajudado essas famílias e que Deus nos abençoe e nos proteja desse mundo sem compaixão e amor ao próximo”, compartilhou.
COMOÇÃO SOCIAL
“Bora pessoal ajudar o Paulo Marques a vender os sorvetes dele, hoje denunciaram o menino, por estar vendo sorvete na rua, onde ele não tem outro sustento, e tem um filho pequeno para criar, e antes de pensar em ajudar, a pessoa, preferiu denunciá-lo, mas como Deus é na vida dele, não deixou que ele fosse prejudicado, “bora” então, nesse calor juntar o útil ao agradável, pois é muito bom os sorvetes dele”, diz um internauta.
PREFEITURA DE LUCÉLIA
A Prefeitura de Lucélia recebeu na tarde de quarta-feira (1º), denúncia referente à venda de ambulante nas ruas do município, neste caso, se tratava de um sorveteiro. Em atendimento ao Decreto n.º 8.864 – decreta situação de emergência de saúde pública no município de Lucélia, decorrente da pandemia do Covid – 19, o novo coronavírus, e dispõe sobre as medidas para contenção e enfrentamento, que suspende a atividade de comércio ambulante de qualquer natureza, os fiscais abordaram o profissional solicitando que o mesmo encerrasse o atendimento ao público.
A Prefeitura de Lucélia ressalta que a Secretaria de Assistência Social entrou em contato com o profissional e viabiliza atendimento em Programas Assistenciais nos quais o mesmo possa se enquadrar.
Fonte: https://www.impactonoticias.com.br/