Ameaçada de extinção, onça-parda morre após atropelamento na Rodovia da Integração, em Dracena

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Felino chegou a ser resgatado e a receber cuidados médicos veterinários, mas não resistiu às lesões. Espécie é considerada o segundo maior felino do Brasil.

Quem percorreu a Rodovia General Euclides de Oliveira Figueiredo (SP-563), mais conhecida popularmente como Rodovia da Integração, na manhã desta sexta-feira (30), pôde observar uma onça-parda (Puma concolor) deitada sobre a ponte do Córrego Marrequinhas, em Dracena (SP). O felino, de uma espécie considerada ameaçada de extinção, estava debilitado, provavelmente devido a atropelamento, e foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

No vídeo feito por Sérgio Sakate, que passou pelo local por volta das 7h30, é possível observar o animal deitado sobre a ponte, às margens da pista, praticamente imóvel.

“Foi uma mistura de alegria, medo e tristeza. Alegria pela natureza; medo pelo instinto natural dela; e tristeza porque parecia que estava machucada”, disse Sakate ao G1.

Ao G1, o Corpo de Bombeiros informou que foi acionado às 6h46 por uma pessoa que passou pelo local e viu a onça deitada, possivelmente machucada devido a atropelamento. A corporação foi ao local e realizou o resgate.

Após a captura, o felino foi encaminhado para receber cuidados médicos veterinários. Era uma fêmea adulta.

Quem recebeu o felino foi o médico veterinário Colombo Guerra Carvalho Júnior. O especialista relatou ao G1 que “infelizmente chegou aqui politraumatizado e em choque hipovolêmico [perda de sangue em grande quantidade], e veio a óbito pouco tempo depois da chegada”.

O veterinário declarou que o animal foi atropelado e o frio o debilitou ainda mais. “Chegamos a medicá-la, mas infelizmente não foi a tempo”, contou ao G1.

Vulnerável

Categorizada como vulnerável ao risco de extinção, a onça-parda vive sob ameaças como a supressão e fragmentação de habitat devido à expansão agropecuária e à mineração, além da exploração de madeira para carvão, conforme o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“Além disso, a eliminação de indivíduos por caça, retaliação por predação de animais domésticos, queimadas (principalmente em canaviais) e atropelamentos também contribuem significativamente para a redução da população em diversas áreas”, indica o instituto.

A diminuição iminente dos remanescentes florestais também é uma ameaça à população da Puma concolor no Brasil.

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Também conhecida como suçuarana, puma, onça-vermelha e leão-baio, a onça-parda é a segunda maior espécie de felino do Brasil, só ficando atrás da onça-pintada (Panthera onca). Tem o corpo alongado, com até 1,08 metro de comprimento. A cauda longa mede até 61 centímetros e a altura é de 63 centímetros.

O macho adulto pode pesar por volta de 70 quilos. A pelagem da suçuarana tem coloração uniforme, variando entre marrom-acinzentado bem claro e marrom-avermelhado escuro.

Geralmente os animais que vivem em florestas são menores e mais escuros e os que habitam regiões montanhosas são maiores e mais claros.

Possuem hábitos noturnos (predominantemente) e diurnos, caçam a qualquer hora do dia com certa tendência ao horário de crepúsculo.

Embora seja uma espécie terrestre, possui muita habilidade para subir em árvores e é muito ágil. A suçuarana vive solitária, menos na época de acasalamento.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2021/07/30/vulneravel-ao-risco-de-extincao-onca-parda-morre-apos-atropelamento-na-rodovia-da-integracao-em-dracena-veja-video.ghtml