A VACINA CONTRA COVID-19 É REALMENTE SEGURA ?
*CLAUDIVAL CLEMENTE.
**CLAUDIVAL MOURA CLEMENTE
A vacina é uma forma de imunização ativa, através de introdução de vírus atenuado ou inativado ou também as substâncias que o corpo produz na defesa de determinadas doenças. Os anticorpos, são moléculas que atuam na defesa do organismo e que são produzidas pelas células do corpo são criados por meio da memória imunológica, que faz parte do complexo sistema de defesa do organismo, impedindo determinados vírus atacarem o organismo. Por causa da produção de anticorpos e células de memória, a vacina garante que quando o agente causador da doença infecte o corpo da pessoa que recebeu a vacina, o próprio organismo terá uma resposta rápida, antes mesmo do surgimento dos sintomas da doença. É uma importante forma de prevenção contra doenças.
A primeira vacina foi criada a partir da atenta observação de um médico inglês chamado Edward Jenner, em 1.796 percebeu que as pessoas que eram infectadas por um tipo de varíola, contaminadas por uma doença que surgiam nas vacas. Os corpos destas pessoas desenvolviam uma proteção e não mais contraiam a doença. O material colhido das feridas que cobriam o corpo do doente foi usado para ser introduzido em corpo de um garoto sadio, que foi contaminado, mas apenas com sintomas leves da doença e após 10 dias estava completamente curado da infecção. O médico continuou pesquisando e percebendo que era possível obter a cura da doença a partir dos resíduos da própria doença.
Somente em 1.796 o médico comunicou ao mundo a sua descoberta por meio de um artigo científico e apenas das resistências iniciais o mundo foi aceitando os resultados da descoberta e em 1.799 foi criado o primeiro instituto para produzir vacinas e no ano seguinte a Marinha Britânica adotou a vacinação para suas tropas. O Brasil só recebeu as primeiras doses da vacina em 1804 pelas mãos do Marquês de Barbacena.
Mas o sucesso da vacina aqui em nosso país se deve ao médico sanitarista Oswaldo Cruz, adotando várias medidas para melhorar o meio ambiente e por meio da lei da vacinação obrigatória. Mas desde aquela época o assunto já causava vários protestos públicos, pois o povo desconhecia a forma como as vacinas eram desenvolvidas e temiam pela saúde.
O mesmo debate existe nos dias atuais, sendo que uma recente pesquisa constatou que uma considerável parcela da sociedade deseja não ser vacinada, com medo de eventuais consequências que possam surgir, sendo que é cientificamente comprovado que a única maneira de proteção à sociedade é justamente aplicando a vacina em toda a população.
O desenvolvimento de uma vacina é realizado de forma eficaz e segura, sendo que o primeiro passo é identificar o agente causador da doença. O coronavírus recebeu este nome pois porque possui espinhos como uma coroa e estes espinhos são usados para se conectar às células humanas e a partir deste momento se reproduz infectando o portador. A vacina colhe o vírus inativo e fragmentado para produzir os chamados antígenos, que irão estimular o corpo a produzir anticorpos conta a doença. Os espinhos do vírus são, possivelmente, os alvos da vacina e os antígenos irão fragmentar estes vírus, criando os anticorpos.
Os testes iniciais são realizados em camundongos transgênicos que carregam o receptor ACE2, que são as proteínas que facilitam a entrada do SARSCov2, o vírus que provoca a covid19. Se os resultados forem positivos, um novo teste é realizado em grupos de voluntários sadios e a avaliação, nesta fase, é na segurança e eficácia da vacina em gerar resposta do sistema de imunidade. A partir dos resultados favoráveis, um novo teste é realizado, a chamada fase 2, com aplicação da vacina em centenas de voluntários escolhidos de forma aleatória, incluindo alguns integrantes do chamado grupo de risco. Grupo de risco é composto por pessoas idosas, obesos e portadores de doenças crônicas, com baixa imunidade, ou seja, defesa fraca.
A fase 3 é realizada em milhares de pessoas e nesta fase é observada se realmente a vacina produz no organismo os anticorpos necessários para a defesa da doença e se não existem efeitos colaterais, que são efeitos não previstos para a vacina. Nesta fase é que eventuais correções no processo de formulação da vacina são realizadas para evitar, ao máximo, que a pessoa vacinada sofra alguma consequência indesejada. Após todos estes testes o produto é submetido à avaliação da agência reguladora e é iniciada a fabricação em larga escala.
Os cientistas chamam a fase 3 de “cemitério das vacinas”, pois nesta fase várias vacinas são completamente descartadas. A pesquisa realizada pela Universidade de Oxford, por exemplo, foi suspensa por um período devido à um efeito adverso em um dos voluntários; mas, corrigido o erro, a reprodução foi retomada, com autorização das autoridades competentes. Já a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã, até o presente momento não indicou nenhum efeito adverso severo.
A descoberta de uma vacina contra a covid19 é um assunto importante para a medicina mundial e movimenta bilhões e bilhões de dólares nas indústrias farmacêuticas. O Reino Unido investiu até agora 1,2 bilhão de dólares para produzir 250 milhões de doses; os Estados Unidos da América, 10 bilhões de dólares para 1,5 bilhões de doses; a União Europeia, 4 bilhões de dólares para 900 milhões de doses; Rússia, 350 milhões de dólares para 200 milhões de doses; China, 6 bilhões de dólares para 500 milhões de doses; Israel, 100 milhões de dólares para 1,5 milhões de doses; Japão, 1 bilhão de dólares para 220 milhões de doses e o Brasil 127 milhões de dólares para 100 milhões de doses. Além das empresas farmacêuticas envolvidas nas pesquisas, com apoio dos governos, grandes empresas no Brasil, tais como AMBEV, AMERICANAS, ITAÚ, STONE, INSTITUTO VOTARANTIM, FUNDAÇÃO LEMANN e FUNDAÇÃO BRAVA e BEHRING FAMILY FUNDATION, estão apoiando a FIOCRUZ e os Instituto Butantã nas pesquisas, tendo doado até agora US$100.000,00. É muito dinheiro investido para que as pessoas se recusem a aceitar a vacina como o único tratamento adequado para combater a covid19, imaginando que a vacina não terá efeitos imunizantes ou que produzirá efeitos colaterais ou ainda que irá provocar outras doenças. A vacina é a única forma de imunizar totalmente a população e a lei federal promulgada pelo Governo Federal é exatamente neste sentido, qual seja, proteger a saúde da população brasileira.
Portanto, apesar de toda manifestação contrária dos “antivacinistas” – aqueles que são contra qualquer vacina – as vacinas que estão sendo pesquisadas para combater a Covid19 são totalmente seguras e não farão nenhum mal à população; ao contrário, irão proporcionar a imunidade indispensável para a retomada das atividades normais de todas as pessoas.
Juntos somos mais fortes, juntos venceremos. O Brasil irá vencer o vírus. O Brasil precisa de todos nós.
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*Formado em Direito pela UENP – Universidade Estadual de Direito do Norte Pioneiro em Jacarezinho e em Administração de Empresas nas Faculdades Integradas de Ourinhos. MBA em Comunicação Corporativa pela Universidade Estácio de Sá(em curso) . Sócio sênior da BCRC Consultoria em Comunicação.
** Revisão e colaboração – Administrador de Empresas pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID.