A dor silenciada da perda de um filho prematuro (por Cidinha Pascoaloto)

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 A gravidez provoca grandes transformações corporais e emocionais. É uma experiência incrível e provoca mudanças no corpo da mulher que se abre para abrigar outro corpo: O do bebê. A gravidez é uma mistura de corpos em que ambos estão mutuamente juntos um tocando o outro. A perda gestacional rompe com essa relação que vinha sendo desenhada.

 Esse luto é considerado silenciado. Compreende-se que a perda gestacional é experienciada como a perda de um bebê, e não de um feto. Quando se perde um bebê os pais perdem um futuro planejado.

 A morte interrompe sonhos, esperanças e as expectativas que normalmente é colocada na criança que está por nascer. A perda gestacional é uma perda vivenciada de uma relação visceral entre mãe e bebê.  É necessário acolhimento a este luto desde a notícia e ao longo da vida, já que ele não se encerra no parto, enterro (se houver) ou nascimento de um novo filho.

No entanto é possível constituir novos sentidos para a perda. A morte de um filho antes do nascimento ou logo após este rompe com a ordem natural da vida. Poucos entendem a importância de se viver o luto desse bebê que morreu.

   Quando se perde alguém é preciso chorar, estar presente, despedir-se desse bebê, ver cada detalhe se for possível. É doloroso. Mas é preciso criar memórias daquele momento para que se consiga dar sentido para aquela história. É um momento de muita ansiedade e de despedida.

 É um momento de chorar quando se perde alguém. É preciso chorar, e chorar muito isso faz parte do processo do luto. É preciso que os pais vivam esse momento, despedir-se do filho sem pressa. Você não tem que ficar bem logo. Procure ajuda faça terapias. Faça enfrentamento quanto mais você fala sobre a sua dor e sua história você dará mais sentido à vida. Assim você poderá evitar transtornos como estresse pós-traumático, depressão, ansiedade generalizada entre outros.

  E a vivência do luto é   necessária. Se você tiver contato com alguém que acabou de perder um bebê dê apenas um abraço nos pais, você pode dizer que nem pode imaginar a dor, pode ficar perto em silêncio ou se colocar a disposição caso precisem de ajuda.

Cidinha Pascoaloto-Psicóloga-CRP 06/158174 Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) com foco no Luto, Depressão e Ansiedade Atendimento presencial e on-line, contato: +5518 99725-6418