Operação interestadual desarticula organização criminosa que lucrou mais de R$ 3 milhões com tráfico de cocaína

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Ação conjunta da Polícia Civil paulista com a Delegacia da Polícia Federal de Dourados (MS) prendeu quatro pessoas. Investigações apontam que grupo atuava havia cerca de seis anos.

Grupo criminoso utilizava caminhões para fazer o transporte da cocaína — Foto: Polícia Civil/Cedida

A Polícia Civil, em Rosana (SP), concluiu nesta segunda-feira (30) a Operação Gupta. A investigação policial, realizada em conjunto com a Delegacia da Polícia Federal de Dourados (MS), desmantelou uma organização criminosa voltada ao tráfico interestadual de cocaína.

Quatro pessoas foram presas.

Segundo a Polícia Civil paulista, a organização fazia uso de uma transportadora que, após selecionar fretes cujas rotas eram compatíveis com o destino da droga a ser transportada, ocultava grandes quantidades de cocaína no interior das cabines dos caminhões que seguiam as suas viagens.

A droga era transportada com o auxílio do líder da organização criminosa, que sempre seguia à frente dos caminhões, a fim de repassar informações aos seus motoristas para que desviassem de eventuais barreiras policiais.

A organização contava ainda com um sofisticado esquema que permitia a ocultação da cocaína no interior das cabines, impedindo quase por completo a sua localização.

Conforme a polícia, o uso da empresa transportadora ainda lhes permitia trafegar sempre em posse de notas fiscais de cargas lícitas, compatíveis com a rota de tráfico interestadual utilizada pela organização criminosa.

Foram realizadas, ao todo, quatro prisões e expedidos 15 mandados de buscas domiciliares.

Investigações

A operação foi realizada em três estados, com diligências nas cidades de Dourados (MS), Fátima do Sul (MS)Nova Andradina (MS)Batayporã (MS)Naviraí (MS)Maringá (PR)Peruíbe (SP) e Guarulhos (SP).

Em poder da organização criminosa, foram apreendidos cerca de 200 quilos de cocaína, uma arma de fogo e uma caixa de munições de calibre .380.

As investigações ainda apontaram que o líder da organização manteve, no passado, vínculos com o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, que ganhou o apelido de “Rei da Fronteira”, por ter dominado o comércio de drogas na divisa com o Paraguai. Rafatt foi assassinado pelo crime organizado no ano de 2016.

Os trabalhos investigativos foram desenvolvidos por cerca de dois meses, período em que diversas diligências foram desenvolvidas pelos agentes federais e policiais civis paulistas.

Essa organização criminosa também manteve vínculo com um integrante de outra organização, preso no ano de 2018 durante a Operação Pit Stop, desencadeada pela Polícia Civil de São Paulo.

Esse indivíduo era o responsável por introduzir drogas ilícitas em estepes de caminhões.

De acordo com a polícia, estima-se que a organização criminosa atuava havia cerca de seis anos e, durante esse tempo, transportou cerca de 15 toneladas de cocaína, lucrando mais de R$ 3 milhões. (segue após publicidade)

O esquema

A droga era recebida pela organização e levada até residências de propriedade do líder criminoso, localizadas nas cidades de Fátima do Sul e Batayporã, em Mato Grosso do Sul, onde era ocultada com tranquilidade no interior das cabines dos caminhões.

Em seguida, a droga era transportada até Peruíbe, no litoral paulista, onde era entregue ao traficante responsável pela aquisição da cocaína.

Bens bloqueados

Após representação da Polícia Civil, com parecer favorável do Ministério Público, a Justiça determinou o sequestro e o bloqueio de dez veículos e dois imóveis. Os bens sequestrados e bloqueados pela Justiça foram avaliados em aproximadamente R$ 2 milhões, segundo a Polícia Civil.

O líder dessa organização criminosa negou os fatos a ele imputados e se recusou a colaborar com a investigação. Ele afirmou à polícia ser um empresário que apenas exercia atividades lícitas.

A Polícia Civil indiciou os investigados pelos crimes de tráfico de drogas interestadual, associação para o tráfico interestadual, porte ilegal de arma de fogo, posse ilegal de munição e falsidade ideológica.

O nome da operação é uma alusão ao império indiano que descobriu o açúcar cristal, carga que os traficantes ultimamente carregavam.

A ação também contou com o apoio da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, através das delegacias de Nova Andradina e de Fátima do Sul.

Fonte: G1