A contabilidade da vida (por André Luís Luengo)

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Ao final de mais um ano, com a graça de Deus, é chegada a hora de fazer a prestação de contas. No balanço das contas, o saldo foi positivo. Neste ano houve crédito e débito, como nos demais, as normais oscilações. Mas o mais importante é o legado que havia no caixa. Na minha conta havia uma boa reserva, uma base sólida que recebi dos meus Pais. Isso viabilizou que eu sempre tivesse uma reserva, que foi aumentando com a chegada dos meus irmãos. Depois houve o reencontro com a minha sócia na contabilidade da vida e a conta foi ficando cada dia mais rentável. Vieram os dividendos, nossos filhos. Ao longo da vida, ocorreram perdas, mas como disse a base era sólida, o capital de giro suportou. Foi assim ao longo dos anos. Nesses lançamentos da contabilidade da vida, tivemos oscilações, instabilidades. A sorte é que os amigos, aqueles do começo da vida, bem como os que a vida nos apresenta (alguns se distanciam fisicamente, mas jamais são esquecidos) nos ajudam a empregar corretamente as reservas. Até os colegas, que com os seus investimentos e exemplos, nos auxiliam nas contas, pois aprendemos também com os erros dos outros e não somente com os nossos, e ao ver algumas aplicações equivocadas, procuramos reavaliar os nossos direcionamentos. Assim, o balanço que faço da vida, ao prestar as contas, é um saldo positivo. Nessa corrida com obstáculos, recebi o bastão com uma boa vantagem, com uma significativa reserva; procurei não perder o foco e espero que possa entrega-lo com a mesma capacidade com que o recebi. O saldo de tudo isso, certamente não é o preço, mas sim o valor. O saldo de tudo isso é a nossa dignidade, a capacidade de fazer o que deve ser feito, não pelo fato de que há alguém vendo, mas simplesmente por você, por aquela reserva moral que você recebeu. O saldo de tudo isso é entender que a humildade não é subserviência, mas compreender que há outro ser humano no seu livro caixa da vida. O saldo de tudo isso é saber entender que não adianta enganar os outros, ou se enganar, ou forjar viver uma realidade diferente da sua contabilidade da vida. O saldo de tudo isso é saber da importância de prestar contas com você mesmo, pois um dia essa fatura chegará no seu livro caixa. No meu caso, o balanço é apenas gratidão por tudo o que recebi, pelos créditos e débitos. Gratidão, gratidão e gratidão. Na verdade eu não estou preocupado em escriturar o Livro Razão, mas sim em ao analisar as contas contábeis escrituradas no Livro Diário da minha vida, enxergar de forma individualizada o meu saldo, que é ser feliz. Qual é o seu saldo na contabilidade da sua vida? Comece já a escriturar a sua contabilidade da vida.

Feliz 2023, com saúde e paz.

André Luís Luengo