Matéria técnica desenvolvida pela Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Região de Dracena através do profissional e inspetor Engenheiro Agrônomo Ezequiel de Souza Alguz.
Pesticidas, produtos químicos, também conhecidos como, agroquímicos, defensivos agrícolas, produtos fitossanitários e outros nomes que buscam mais em incutir repulsa a estes produtos do que defini-los de forma responsável.
São produtos de largo espectro, devidamente registrados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), aplicados na agricultura, pecuária, áreas florestais, cidades, indústria, residências, empresas entre outros locais que tem como objetivo controle de plantas indesejáveis, insetos, ácaros ou microrganismos nocivos de qualquer tipo que se deseja combater.
Estes produtos podem ser classificados de acordo com seu alvo de controle, como herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas e outros.
Além desta classificação pelo alvo de controle, os pesticidas são classificados também pela sua toxicologia, de forma bastante criteriosa pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sendo divididos em quatro classes.
Paralelo entre Pesticidas e Medicamentos
Os pesticidas, quando utilizados de forma e de acordo com a dose recomendada pelo fabricante, são grandes aliados a saúde das plantas que se deseja produzir. Fazendo um paralelo, pode-se dizer que o mesmo ocorre com os remédios, que se tomando na forma e na dosagem recomendada, estes que também são produtos químicos, são grandes aliados a saúde humana. Essas substâncias exigem cuidados na manipulação, na dosagem de uso e ambos para serem adquiridos necessitam de receita emitida por um profissional.
Por razões obvias, quando alguém utiliza o medicamento de forma errada, não se vê manifestações e declarações de pessoas exigindo a proibição de tal medicamento. Preocupam-se em como evitar que pessoas utilizem a medicação de forma errada. O mesmo deve ocorrer com os pesticidas.
Aproveito para informar que já existe, inclusive, BioPesticidas que estão sendo utilizados conjuntamente com os pesticidas químicos e com alta expansão nos últimos anos.
Produtividade
Pesticidas bem utilizados, são responsáveis por um incremento na produtividade, por uma lavoura em maior escala, além de ter o custo reduzido levando em conta a produção alcançada.
A FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) estima que cerca de 20% a 40% da produção global de alimentos sejam perdidos, anualmente, devido à ação de pragas e doenças. No entanto, é bom lembrar que tais percentuais já foram muito maiores no passado, antes da existência dos pesticidas e de outros fatores como o desenvolvimento de novas variedades.
Os pesticidas pertencem a uma cadeia gigantesca que beneficia toda a sociedade global, são uns dos grandes responsáveis, mas não os únicos, por termos produtos industriais, como: perfumes, embutidos, doces, remédios, estofados, roupas, bebidas e uma infinidade de outros produtos, já que eles propiciam e asseguram a boa produção dos produtos agropecuários que farão parte da produção dos produtos industrializados.
Dados importantes para uma boa conclusão
Segundo o Engenheiro Agrônomo Xico Graziano, numa apresentação do levantamento realizado pela SINITOX, órgão federal ligado ao Ministério da Saúde, que trata da contribuição relativa dos vários agentes etiológicos toxicológicos no volume registrado no período de 1985 a 2016 foi o seguinte:
29,11% – Medicamentos
26,65% – Outros
22,00% – Animais peçonhentos
9,80% – Produtos domissanitários
6,32% – Produtos industriais
6,12% – Pesticidas
De posse destes dados oficiais, percebe-se que o problema toxicológico está mais para outros itens do que propriamente os Pesticidas.
A pergunta que fica é: Vamos parar de consumir os medicamentos, os produtos domissanitários e os produtos industriais? Claro que não! Todos precisam de cautela quanto a utilização, inclusive os Pesticidas, que na verdade são a solução e não o vilão!
Ezequiel de Souza Alguz
Engenheiro Agrônomo
CREASP 5060261059