Como destruir um País

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COMO DESTRUIR UM PAÍS

Países asiáticos que passaram  por guerras, como a Coreia, o Japão ou imensos, como a China, conseguiram um grau de adiantamento que faz com que, atualmente, se tornem referências na cultura, nas ciências, no modo de vida dos cidadãos.
Nenhum país progride se seus habitantes não tiverem uma educação de qualidade, um ensino que de fato ensine e um povo estimulado a aprender. Sem isso, as pessoas jamais alcançarão o patamar de cidadãos, jamais aprenderão a conviver e a respeitar as leis e costumes. Irão se animalizando e formarão uma população de desajustados, irresponsáveis, alienados, enfim, cidadãos de segunda classe, a nova classe de escravos.
Formam os tipos que não conseguem nem procurar boas fontes de informação e assim ficam restritos às notícias televisivas plantadas por autoridades que, para se manterem no poder, divulgam dados inverídicos para desnortear ainda mais o povo.
A escola sempre foi o ponto de equilíbrio e formação do cidadão. Ali ele aprende a respeitar a cultura e quem a dissemina, a acatar as regras de convivência, a valorizar o conhecimento de todos os setores, a sentir-se engrandecido pelo que aprende.
Essa é a finalidade da escola: melhorar o indivíduo, melhorar sempre e que ele perceba seu crescimento intelectual, cívico. Porém, não é o que está acontecendo no Estado de São Paulo que é de onde vamos falar e  cujo ensino público eu conheço bem, com quase trinta anos trabalhando em salas de aula.
O que os professores relatam hoje chega a dar arrepios: alunos “assistem” aulas de costas para os mestres ou atentos aos seus celulares e com fones de ouvido. Não veem e nem ouvem o que é dito em classe. Se o professor tentar tomar os celulares, eles se tornam agressivos e, assim são deixados em paz. A direção das escolas tem conhecimento disso e não toma nenhuma atitude.
Por sua vez, há um desestímulo total dos professores em preparar aulas e torná-las interessantes. Ninguém liga ao que o mestre fala. Muitos repetem qualquer assunto em todas as séries, por mais variadas que sejam as matérias: verbo “To Be” segue dado em todas as aulas de inglês não importando a série e ninguém sabe.
Segundo alguns professores, se os pais são avisados do comportamento dos filhos eles se voltam contra os mestres. E aí é criado o círculo vicioso onde a escola faz de conta que ensina, os alunos fazem de conta que aprendem e a sociedade, cega a tudo isso, dando apoio ao governo estadual cuja sigla partidária comanda o ensino no Estado de São Paulo há 21 anos, destruindo todo o sistema educacional público. O objetivo é diminuir a despesa da  Educação, jogando-a para a iniciativa privada e frustrar as classes despossuídas de adquirir educação, que seria sua única possibilidade de ascensão social. É uma nova forma de escravidão, da for ma&ccedi l;ão de uma classe servil para se formar um batalhão de brasileiros de segunda classe que jamais ascenderão ao patamar de cidadãos plenos de direitos.
Quando se retira o direito a uma educação de qualidade, retira-se junto o direito a uma vida digna. E o único culpado disso é de fácil identificação.
Thereza Pitta
e-mail: therezapitta@uol.com.br