Já escreveu Luís Fernando Veríssimo: “quando achamos que temos todas as
respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”. Feliz é aquele que chega à
velhice. Mas não é só. Temos que alcançar a terceira idade com o mínimo
possível de mazelas. A população brasileira está envelhecendo. A nossa
sociedade caminha para venerar o idoso, como é na cultura japonesa. O idoso
não pode ser considerado como uma pessoa incapaz. Traz consigo a sabedoria
e a experiência de toda uma vida. Mas certamente há aqueles que cometem os
mesmos erros uma vida inteira e chamam a isso de experiência. Aliás, os
facínoras também envelhecem. Enfim, a velhice é uma etapa natural da vida que
quase todas as pessoas irão passar. Isso mesmo, passar. Pois ao chegar para
a terceira idade, começamos uma nova etapa da vida. Com ela acontecem as
mudanças físicas e também psíquicas: rugas, tremores, esquecimentos,
diminuição dos reflexos/força, audição, visão, cognição, raciocínio etc. Nessa
etapa do envelhecimento é que mais precisamos dos nossos pares. Infelizmente
assistimos noticiários dando conta das dificuldades econômicas de idosos, seja
porque as pessoas próximas se locupletaram dos seus recursos ou até mesmo
porque não se prepararam para a chegada da velhice. São discriminações do
meio social e também do familiar. Muito triste. A nossa Constituição Federal
determina ser dever da família, da sociedade e do Estado o amparo as pessoas
idosas, proteção também assegurada pelo Estatuto do Idoso. A estimativa é que
em nosso país os 21 milhões de idosos atuais chegue ao patamar de 34 milhões
em 2025 e 63 milhões em 2050 (IBGE), alcançando o Brasil a 6.ª posição
mundial na lista dos que possuem o maior número de pessoais idosas, segundo
a Organização Mundial de Saúde. Por isso a importância da implantação de
políticas públicas, sociais e familiares para essa “nova realidade da velhice”.
Nesse aspecto é importante que na formação do jovem haja a inclusão de
disciplinas que se atentem a gerontologia (ciência do envelhecimento), nas
faculdades de medicina o fortalecimento da disciplina de geriatria (saúde do
idoso) e nas faculdades de direito maior atenção aos mecanismos de proteção.
Precisamos buscar um envelhecimento digno. A velhice não é doença. O
importante é reconhecer que a idade é relevante e saber prosseguir em nossas
caminhadas, mantendo as atividades físicas e intelectuais e que a sociedade
aproveite os benefícios da experiência dos mais velhos. Que todos possamos
alcançar algo novo do velho. Até a próxima semana.
Autor: André Luís Luengo.